
https://www.google.pt/searchq=sem+abrigo&source=lnms&tbm=isch&sa=X&ved=0ahUKEwion7iE2qLXAhUDWRoKHbYTBIoQ_AUICigB&biw=1280&bih=679#imgrc=tfMp3T-OUJ_yPM:
O olhar tocado pelo plúmbeo
adormecer das ruas da cidade despovoada
e nos pés plantados de cansaço
rumorejam no empedrado fundo de engano.
Entorpecidos vagabundos do tempo
fundam nos bolsos mãos anémicas
vítimas sem recursos que tecem ansiedades
e fendem pensamentos em atalhos.
Mitigam odores cores e frestas
procuram um laço, um sorriso, um ombro
sentindo a palidez na boca
de um pacífico caule da mortalha descontinua.
Passos ocos atravessam a noite
num adormecido quadro
de horas cismadas,
sem choro, no riscar dos dias
a lâmina da noite, faz febril o corpo.
Na concha da mão envelhecem
perturbando a solidão
que o gatilho da esquina guarda
para num só esforço, suspirarem
tentações e subirem no esquecimento.
Zita Viegas
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