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Mensagens

A mostrar mensagens de novembro, 2017

no horizonte vejo o invisível

No horizonte em seda vejo a existência do teu amor e na linha curva, o sonho que nasce do espasmo.  Vem com a cor do oriente  aos meus olhos se prender. Perante a lonjura incriada, cerro os olhos e guardo a cor do momento. No horizonte.  nasce dentro de mim o tempo das coisas belas que se talham com a leveza da luz e com o afago da palavra inteira.  É no horizonte que vejo as raízes da alma verdadeira. Perdoa-me! Perdoa-me, se não nascem em mim palavras de anjo, nem o vício perpétuo do desejo das noites contigo, aquelas que unem os corpos em mistério e no prazer que dura no beijo. Confesso que é no horizonte que vejo a ilusão do sonho  pois o amor nasce da paixão.

caio de amor por ti

https://www.google.pt/searchtbm=isch&q=outono+de+amor+estilizado&spell=1&sa=X&ved=0ahUKEwiDxM7goKrXAhUEORoKHTeiDGsQvwUIIygA&biw=1280&bih=679&dpr=1#imgrc=oWcrZuqskEDx7M: Caio de amor  por ti como a folha calma e calada cai atraída pelo Outono, eu de amor por ti caio. Indomavelmente silente, louco e perdido tão quedo vou até onde o sol se divide em raio e em luz que dos meus olhos se solta a alegria da terra e a vontade de Deus. Caio de amor por ti. mudo como o vento  que sente os vales e eu neles me adentro. Sinto o delírio e neles afundo com a força de um rio para me abrigar nas margens curvas de ti.  Num silêncio cúmplice, dás-te a mim  e eu deixo partir o suspiro,  em beijos ágeis e leves numa dança de libélula.  Pouso,  pouso em ti, no teu profundo céu sem me deter, busco as tuas grutas rosadas onde caio de amor por ti. Zita Viegas

Jerónimo e o jardim das delícias terrenas

Pormenor do  tríptico de " O Jardim das Delícias Terrenas" de Hieronymus Bosch O olhar gigante traz luxúria na ondulação da mão  e fecunda com sangue o verbo que fermenta o pecado. As mãos em criação pintam brancos corpos homens a cavalo, orgias banhos de Vénus anémonas e flora pubescentes. A criação terrena em festim extasia os corpos híbridos amantes nus e seres virginais em etérea copula animal. A cada desinibido deleite a cor vermelha do erótico, entre paraíso e apoteose a exaltação da gaita de fole e as mãos em vício d`onã. Os frutos das entranhas das siderais criaturas  nutrem o jardim das delicias em acrobacia carnal.  Com lascivas metáforas Jerónimo pinta no girassol o voltear do mundo e a inocência do jardim que gravita no pecado original. Zita Viegas