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Que pouco fosse, mas que para sempre me fizesse menina

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Se fosse calor, vestir-me-ia de estação.
Se fosse videira, comeria a terra.
Se fosse trago, beberia a uva.
Se fosse contigo...
colheria flores.
Sempre que o Outono fosse vinda.
Sempre que o Verão fosse haste de bonomia.
Com braços inclinados ao chão,
para a vida,
tomaria o corpo do vinho.
Que pouco fosse, mas que para sempre me fizesse menina.


Zita Viegas


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Gosto do mar quando está à conversa. Cicia à espuma. Sobre a areia nua. Sinto a vontade de ter uma lágrima. A pulsar como a semente. Sem palavra. Sem escuta. Gosto do mar quando está à conversa. Põe-me num sono bolino. Como no embalo junto ao peito. Gosto do mar quando está à conversa. Encontro-me com o ontem, como saísse da minha mãe. Gosto do mar quando está à conversa. Exalta-me como som de violino.

passo a passo

passos, em passos vão e em vão passam. com os primeiros, o que é longe, a perto chegarão. se lentos, apressam-se. em roda enganam o tempo. inquietada a alma irá em passos perdidos. nas areias, em passos se tropeça. passos, não sepultam pedras. o caminho,  com passos se faz a cada um, um passo jaz. passo a passo,  entre passos, caminha-se na vida. com passos seguros, se vai sem temor ao dia. em passos largos, na noite vem o comprimento do medo, no eco da rua ou entre paredes. do passo atrás, ao  passo em frente, passos sem fim. passo a passo para o passo da liberdade. Zita Viegas