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Rio

Corre em ti. Uma mulher. Com mistério. Rio. Ao tocar o mar. A funda terra. Rio, por vezes, por um fio. Rio doce. Rio em lentas águas. Ou aluvião. Rio, quando chegas. À clandestina estação. Rio, sempre. Quando agitas as manhãs. Rio com a fé da nascente. Rio ao vento. Ao canto, adentro. Rio de flores. Na jarra do ensejo. Papoila! Rio em ressurreição. Nas colinas, em ti. Rio. Com a chegada aos lagos. Olhos verdes. Rio, na foz, devagar. Com a chegada à tua margem. Zita Viegas

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o melro

na travessia leva o lusco-fusco. voa veloz para anoitecer a árvore. com o bico em pranto  fere o dia, sem ferir o canto. Zita Viegas

passo a passo

passos, em passos vão e em vão passam. com os primeiros, o que é longe, a perto chegarão. se lentos, apressam-se. em roda enganam o tempo. inquietada a alma irá em passos perdidos. nas areias, em passos se tropeça. passos, não sepultam pedras. o caminho,  com passos se faz a cada um, um passo jaz. passo a passo,  entre passos, caminha-se na vida. com passos seguros, se vai sem temor ao dia. em passos largos, na noite vem o comprimento do medo, no eco da rua ou entre paredes. do passo atrás, ao  passo em frente, passos sem fim. passo a passo para o passo da liberdade. Zita Viegas

intimidade

a paixão na altura do peito molda a  flor tecida no leito da boca com rosada cor, brota a seiva no primeiro suspiro da leiva do ventre frondoso e macio, brota o rebento da funda raiz silente do corpo desperto na manhã, rasga-se o botão e a pétala  abre-se em defloração Zita Viegas