
Do levante, no azul profundo
chegas nas marés
para me ofereceres o teu sonho.
Chegas na corrida do vento
e deixas o sibilo nas bocas
com vontade de serem amadas.
Em mistério, abres fundo as margens
e anuncias nos teus olhos
as palavras que nos unem.
Como a poesia une os sentidos,
eu uno-te dentro de mim.
Ofereces-me a barca, eu tomo-a.
Entro no rumo da onda
e no instante em que soltas o olhar
fundo-me em ti sem demora.
No momento mais azul, os teus olhos
acordam o mar.
Na imensidão,
nascem duas aves
que se unem numa só
e no fundo dos olhos sonham.
Zita Viegas
Comentários
Enviar um comentário