

amargo dulçor, verdade
em grãos de desejo
numa sensualidade de música
a vida entre pêndulo.
prazer e plano em celeridade
em começo e recomeço.
é de lágrimas a paisagem:
chora o homem
as fissuras do tempo
na proteína sofrida
pergunto-me e pergunto-te
o que é a vida?
adio a resposta, pois só tu poeta
sabes das lembranças do futuro
e as linhas que o criam.
passantes e passageiros
buscamos os remos
em rito, mistério e memória
debruçados no destino
ao longo da sua convocatória
em infinitas águas lançado.
o corpo é âncora
com medo de morrer
numa vontade de ser eterno.
sem pasmo, em busca, corrida
uma respiração entre outra
da experiência nascida do amor
a única prova de vida
é o que conduz à morte,
num caminho de epifania.
experiência primitiva de ser
numa criação permanente do novo
relação erótica,
de vida e morte
poeta, o que é a vida?
Zita Viegas
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